TRANSOCEÂNICA - BR 317

 ESTRADA  DO PACÍFICO

BRASIL - PERU

       - E agora? Como vamos atravessar a ponte? É longe!  Pega-se outro TORITO (sim, tudo isso já é de caso pensado, um esquema em que é difícil fugir, ainda mais se você é marinheiro de primeira viagem). Passamos pela Ponte da Integração (Fronteira Brasil - Peru), não deu nem para tirar foto, nem nada e logo avistamos as primeiras placas em espanhol...estamos chegando, tudo agora é novidade.



Próxima parada: IÑAPARI - PERU



         O motorista do TORITO nos deixa em frente da Imigração pelo mesmo preço praticado pelo colega "Bigode" - R$ 2 por pessoa. Descemos as malas e entramos na sala da fiscalização da Polícia Federal. Pediram para que abríssemos a mala, perguntas corriqueiras:

- Onde vão? Passeio? Quanto tempo de permanência? O que vocês fazem no Brasil? E foi ai que o Agente descobriu que eu sou instrutor de Resgate.

- BOMBEROS?  

- Sí

Pronto, foi o suficiente para ganhar a simpatia do Policial (que seria muito bem vinda na volta, vocês irão descobrir depois, no próximo capítulo).

Em seguida fomos dirigidos à sala da "Migraciones", onde um senhor muito educado nos atendeu. Já estávamos com passaporte, carteira de vacinação e documento de saída do Brasil em mãos, ele olhou a documentação, pediu para que preenchêssemos o documento de entrada no Peru (que deve ser devolvido no momento de saída do país - guarde-o bem) e carimbou nosso passaporte com a quantia de dias que solicitamos (previsão de permanência). Burocracia resolvida..... ESTAMOS NO PERU. 



Puerto Maldonado        

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         Em Puerto Maldonado novamente a sensação de cachorro caído de caminhão de mudança e a pergunta inevitável: - Onde estamos? Onde fica a rodoviária?

O mesmo motorista que nos trouxe de Iñapari, se ofereceu pela bagatela (exploradora) de S/ 10, para nos levar até a empresa Movil Tours. Tudo bem, vamos né...fazer o que?  Chegando na Movil confirmamos nossa passagem para Cuzco e tivemos a surpresa de descobrir que ali era somente um endereço para entrega de carga e que o Terminal Terrestre (Rodoviária) era bem longe dali, do outro lado da cidade!  Que maravilha, ai você xinga o cara em pensamento (hijo de...). TORITO passando na rua, demos com a mão, o senhor encostou e disse que até o terminal terrestre eram S/5 (metade do preço do outro "amigão"), mala no TORITO, vamos lá, curtindo a paisagem). Gostamos muito de andar de TORITO, é divertido.

         Uma coisa que nos chamou a atenção, foi que motocicletas e toritos tem uma pista própria de circulação, uma faixa só deles, separada,  não circulam entre carros, não fazem zigue-zague e muito menos usam a infeliz "buzininha".

Porque não implementam algo assim no Brasil? O trânsito flui muito bem para ambos (carros e motos).



          Enfim chegamos ao terminal terrestre de Puerto Maldonado, eram quase 5 horas da tarde e nosso ônibus sairia às 20h30min (do mesmo dia 13.06). Tínhamos um tempinho para conhecer o arredor, tirar fotos, conhecer a rodoviária e comprar a passagem de volta no guichê da Movil Tours. A parte crítica da viagem havia passado, a parte que não havia sido planejada e que nos deixou pensativos. Ufaaaaa, alívio. 

Posto Policial - Imigração - PERU - Iñapari

          Nossa primeira aventura: atravessar a rua e trocar dinheiro -"CAMBIAR", o pessoal do ônibus da REAL NORTE havia comentado que nessa cooperativa de câmbio (quiosque em frente ao Posto da Polícia Federal de Iñapari), era onde conseguiríamos a melhor taxa (E REALMENTE FOI), conseguimos S/ 1,30 (Nuevos Soles) por 1 Real, a taxa oficial era de 1,27 (mas o banco trocava à 1,25 e em Cuzco não passava de 1,25, quando não 1,17 nas "casas" de câmbio). Nos quiosques pode-se comer (almoço, desjejum e lanches em geral).

































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          Vamos fazer uma OBSERVAÇÃO MUITO IMPORTANTE SOBRE DINHEIRO - Lá eles valorizam muito as notas, não é como no Brasil, dinheiro para eles não pode estar em condições ruins, não pode conter rasgos, remendos então, nem pensar, são rigorosos mesmo!  Aprendemos da pior maneira, tendo de encarar o problema. A casa de câmbio no aeroporto havia nos dado uma nota de dólar com um rasgo de pouco mais de 2mm (isso mesmo, 2 milímetros) e não houve jeito de trocarmos essa nota no PERU, nem colando, passando base de esmalte para deixar uniforme, nada, portanto, MUITO CUIDADO COM AS NOTAS QUE TROUXEREM DO BRASIL E COM AS NOTAS QUE PEGAREM NAS CASAS DE CÂMBIO. EVITEM SURPRESAS. (sobre a nota de dólar que pegamos: só conseguimos trocá-la novamente na casa de câmbio NO BRASIL, ou seja, não teve serventia alguma).

Um pouquinho mais sobre dinheiro...
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Como colocamos na página inicial, a moeda oficial do PERU é o NUEVO SOLE, e está disponível em NOTAS (10, 20, 50, 100 e 200 nuevos soles) e em MOEDAS (1,2 e 5 Nuevos Soles e 1,5, 10, 20 e 50 céntimos de Nuevos Soles).

E o que levar para o PERU?

Optamos pela seguinte configuração:

* Reais para troca na fronteira por Nuevos Soles
(pode-se trocar reais na Plaza de Armas em Cuzco e nos Bancos na Av. El Sol)

* Dólares em espécie como backup (reserva)
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* Dólares em VISA (Travel Card) para Troca, saque e cartão de débito nos caixas ATM e credenciados.

Sobre o Travel Card (existe uma taxa de 4% na conversão para a moeda local e para saque (em Dólar mesmo), consulte a bandeira na agência de câmbio para maiores informações. Em Cuzco não são todos os lugares em que se consegue utilizar o cartão na função débito, mas a utilização é igual ao cartão de débito de qualquer banco, sem segredo. Passa o cartão, função débito na maquininha, senha, pega o comprovante e pronto!

Para quem não sabe nada sobre TRAVEL CARD (assim como nós também não sabíamos: procure uma Casa de Câmbio (aeroporto, shopping, centro das cidades), lá eles fornecem todas as informações sobre os cartões disponíveis. É uma boa opção de "backup", já que uma pessoa aqui no Brasil pode depositar dinheiro no seu cartão e você pode sacar no país em que estiver, uma segurança à mais para as eventualidades.

Estávamos falando em espanhol com a senhora do quiosque de câmbio e ela começou a falar em português com outra pessoa, olhei para a Márcia e perguntei, porque estamos falando em espanhol? Todo mundo deu risada.

Lembram-se dos brasileiros do ônibus que combinaram de se encontrar em Iñapari? Pois é, estavam ali e já haviam combinado com o taxista para sairmos em breve.
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Sobre o Sistema de Táxi em Iñapari - Peru:

Ali você não encontrará ônibus para Puerto Maldonado (que é a próxima parada), muito menos para Cuzco. O que existe é um sistema informal de Táxis - lotação, que ficam na praça da entrada da cidade, uns 30 metros abaixo do Posto da Polícia no sentido Peru - Brasil. É difícil não notar, pois existem vários carros do tipo Parati, Meriva, etc.

          O preço cobrado é algo tabelado, S/35 Soles por pessoa até o Centro Caótico de Puerto Maldonado. O trajeto percorrido é algo em torno de 230 km, que são percorridos em 3 horas. A paisagem é a mesma do Acre (estrada em boa conservação, bem melhor do que do lado brasileiro, que diga-se de passagem, está uma vergonha), o fato de ser após o almoço e a estrada ser uma reta só, acaba tornando a viagem monótona e perigosa.  Todo mundo estava cochilando no carro e eu não desgrudava os olhos do retrovisor central para ver se o motorista também não cochilava ao volante.  Fiquei de prontidão para dar um "pedala" na nuca do motorista ao primeiro sinal de piscada mais demorada. Puxei papo, ofereci bolacha e toda hora pigarreava, enfim, deu certo e chegamos em Puerto Maldonado. (Ivo)